O conceito de governança clínica,
também conhecido como gestão da clínica, despontou no final dos anos 90 trazendo
novos elementos para a discussão da gestão em saúde, com foco na
responsabilidade do sistema pela melhoria da qualidade da atenção à saúde.
A Governança Clínica é
constituída por um conjunto de ferramentas que permite integrar os diversos
pontos de atenção à saúde para conformar uma rede de atenção à saúde, capaz de
prestar a atenção no lugar certo, no tempo certo, com o custo certo e a
qualidade certa.
Dentre as dimensões da Governança
Clínica estão a educação permanente, a efetividade clínica, a pesquisa e
desenvolvimento, a transparência e a gestão de riscos. Estas dimensões são exercidas
por meio das seguintes ferramentas: Gestão da Condição de Saúde, Gestão de
Casos, Gestão das Listas de Espera, Auditoria Clínica e Diretrizes Clínicas.
A Gestão da Condição de Saúde
engloba o desenvolvimento de intervenções gerenciais e educacionais, relativas
a determinada patologia, definidas pelas diretrizes clínicas, com o objetivo de
melhorar a qualidade da atenção à saúde e a eficiência dos serviços. Com ênfase
na promoção da saúde, em ações preventivas e na atenção adequada com
intervenção precoce almejando melhores resultados e menores custos.
A Gestão de Casos é um processo
que se desenvolve entre os profissionais de saúde e os usuários do serviço de
saúde para planejar, monitorar e avaliar opções e serviços, de acordo com as
necessidades da pessoa, com o objetivo de propiciar uma atenção de qualidade, personalizada
e humanizada, através de uma relação mais próxima com os usuários e
identificação daquelas com maior risco.
A Gestão das Listas de Espera é
uma ferramenta que normaliza o uso dos serviços em determinados pontos de
atenção à saúde, estabelecendo critérios de ordenamento segundo o risco e
promovendo a transparência, regulando e racionalizando o acesso.
Através da Auditoria Clínica é
possível analisar, de forma sistemática e crítica, a qualidade da atenção à
saúde, avaliando diagnóstico e tratamento, uso dos recursos e os resultados
para os usuários.
As Diretrizes Clínicas devem
orientar as equipes de saúde quanto ao planejamento local, fornecendo
indicadores, parâmetros e elementos para a construção de um sistema de
informação gerencial, permitindo o monitoramento e avaliação das ações. Os
protocolos clínicos e as linhas-guia são instrumentos de orientação para os
profissionais de saúde quanto às intervenções clínicas, pautadas nas melhores
evidências científicas, como forma de normalização e busca de melhoria do
padrão do cuidado em saúde.
Portanto, a Governança Clínica é
um conjunto de tecnologias de microgestão que possibilitam a promoção de uma
atenção à saúde centrada nos usuários, efetiva, baseada em evidências, segura, oportuna,
equitativa e com uso adequado de recursos.
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