quarta-feira, 22 de fevereiro de 2017

Governança Clínica


O conceito de governança clínica, também conhecido como gestão da clínica, despontou no final dos anos 90 trazendo novos elementos para a discussão da gestão em saúde, com foco na responsabilidade do sistema pela melhoria da qualidade da atenção à saúde.

A Governança Clínica é constituída por um conjunto de ferramentas que permite integrar os diversos pontos de atenção à saúde para conformar uma rede de atenção à saúde, capaz de prestar a atenção no lugar certo, no tempo certo, com o custo certo e a qualidade certa.

Dentre as dimensões da Governança Clínica estão a educação permanente, a efetividade clínica, a pesquisa e desenvolvimento, a transparência e a gestão de riscos. Estas dimensões são exercidas por meio das seguintes ferramentas: Gestão da Condição de Saúde, Gestão de Casos, Gestão das Listas de Espera, Auditoria Clínica e Diretrizes Clínicas.

A Gestão da Condição de Saúde engloba o desenvolvimento de intervenções gerenciais e educacionais, relativas a determinada patologia, definidas pelas diretrizes clínicas, com o objetivo de melhorar a qualidade da atenção à saúde e a eficiência dos serviços. Com ênfase na promoção da saúde, em ações preventivas e na atenção adequada com intervenção precoce almejando melhores resultados e menores custos.

A Gestão de Casos é um processo que se desenvolve entre os profissionais de saúde e os usuários do serviço de saúde para planejar, monitorar e avaliar opções e serviços, de acordo com as necessidades da pessoa, com o objetivo de propiciar uma atenção de qualidade, personalizada e humanizada, através de uma relação mais próxima com os usuários e identificação daquelas com maior risco.

A Gestão das Listas de Espera é uma ferramenta que normaliza o uso dos serviços em determinados pontos de atenção à saúde, estabelecendo critérios de ordenamento segundo o risco e promovendo a transparência, regulando e racionalizando o acesso.

Através da Auditoria Clínica é possível analisar, de forma sistemática e crítica, a qualidade da atenção à saúde, avaliando diagnóstico e tratamento, uso dos recursos e os resultados para os usuários.

As Diretrizes Clínicas devem orientar as equipes de saúde quanto ao planejamento local, fornecendo indicadores, parâmetros e elementos para a construção de um sistema de informação gerencial, permitindo o monitoramento e avaliação das ações. Os protocolos clínicos e as linhas-guia são instrumentos de orientação para os profissionais de saúde quanto às intervenções clínicas, pautadas nas melhores evidências científicas, como forma de normalização e busca de melhoria do padrão do cuidado em saúde.

Portanto, a Governança Clínica é um conjunto de tecnologias de microgestão que possibilitam a promoção de uma atenção à saúde centrada nos usuários, efetiva, baseada em evidências, segura, oportuna, equitativa e com uso adequado de recursos.

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