O gestor bem preparado para suas funções apresenta, dentre suas competências, a inteligência emocional. Ele deve se destacar com suas habilidades: autoconhecimento emocional – reconhecer um sentimento enquanto ele ocorre; controle emocional – habilidade de lidar com seus próprios sentimentos especificamente de acordo com a situação; automotivação – canalizar emoções e energia em prol de um determinado objetivo; reconhecimento de emoções em outras pessoas; e habilidade em relacionamentos interpessoais. Em seu cotidiano, os gestores vivem um verdadeiro turbilhão de emoções desde ansiedade, passando por irritação ou empolgação no ápice das decisões, e chegando por vezes em decepção e pesar.
A ansiedade é um estado de angústia que surge como resposta a estímulos ameaçadores, sobretudo situações novas com potencial de produzir resultados indesejáveis. Ela gera desinteresse pela situação e leva o indivíduo a querer fugir do contexto imediatamente. Como um bom gestor deve ser paciente e persistente, a ansiedade e seus efeitos interferem diretamente no seu desempenho. Para evitá-la ou suavizá-la, o gestor deve rapidamente se familiarizar com os novos estímulos, afim de torná-los o mais confortáveis e tranquilos possível.
A irritação normalmente prejudica bastante a práxis do gestor, intensificando as reações, as divergências e os conflitos; enviesando as percepções sobre o contexto e aumentando a predisposição para o impasse. Além disso, ela reduz os progressos nas relações interpessoais, diminuiu a colaboração, acentua o comportamento competitivo e aumenta a taxa de rejeição de propostas. Interfere também no relacionamento a longo prazo da equipe, reduzindo a estima e a confiança. O gestor deve administrar sua irritação através de seu controle emocional. Ao surgirem os primeiros sinais de tensão, ele deve fazer uma pausa, acalmar os ânimos e só retornar quando perceber que conseguirá controlar suas reações.
Nas relações interpessoais, enquanto a raiva é prejudicial, demonstrar decepção pode ter um propósito tático, visto que pode encorajar a outra parte a observar criticamente suas próprias ações para mitigar os sentimentos negativos que lhe causou. Por lado, em relação aos processos de trabalho, a decepção e o pesar são sempre negativos, já que possibilitam a adoção de posturas defensivas e o surgimento de ambientes desmotivadores. O pesar se distingue ligeiramente da decepção. O pesar envolve um olhar crítico à sequência de ações que levaram a um resultado indesejado, enquanto a decepção é um descontentamento com um resultado. Os gestores tendem a se lastimar mais pelas ações que não realizaram, oportunidades perdidas e erros de omissão, do que os erros de execução. Como forma de se resguardar dos efeitos danosos desses sentimentos, o gestor deve sempre ter o máximo de zelo e afinco em todos seus processos de trabalho, mantendo o foco nos objetivos estratégicos e a alta motivação de sua equipe.
De forma semelhante, a alegria excessiva e a empolgação devem ser moderadas, visto que elas têm o potencial de gerar decepção em outras partes envolvidas, ocasionando até conflitos. As comemorações são justas e desejadas, porém a empolgação pode levar ao perigoso caminho da autossuficiência e da perda de foco. O gestor de excelência deve evitar que a euforia se transforme em confiança excessiva ou num convencimento exagerado.
Portanto, para exercer com maestria a arte da Gestão das Emoções, além das habilidades de inteligência emocional, o gestor precisa ter: foco estratégico, imaginação para perceber alternativas possíveis, sabedoria para avaliar probabilidades e interpretar sinais comportamentais, empatia e agilidade para blefar quando necessário. O semblante do gestor não deve ser inexpressivo, mas deve revelar emoções certas na hora certa.
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