quarta-feira, 1 de março de 2017

Gestão da Manutenção dos Serviços de Saúde


A precariedade das unidades de saúde e das condições de trabalho observada nos serviços públicos tem sido evidenciada diariamente na mídia, que destaca as situações de atendimento deficitário e a escassez de recursos. Estas graves deficiências se revelam mais claramente por falta de investimento governamental adequado na infraestrutura das instalações físicas e na aquisição de equipamentos, mas também, principalmente, por uma gestão de manutenção por muitas vezes inexistente ou incorreta.

As deficiências estruturais e as precárias condições de trabalho trazem como consequências, além da depreciação da qualidade do serviço, questões de maior gravidade que comprometem a segurança do usuário, podendo culminar inclusive com a perda da vida humana.

A garantia da qualidade dos serviços de saúde será alcançada com o gerenciamento correto, obstinado e sistemático de todos os projetos e de cada processo dentro das unidades. Dentre destes processos, apresenta grande relevância a gestão de manutenção das unidades, buscando de modo regular e cíclico eliminar as falhas, pela constante preocupação com a satisfação total e a segurança dos usuários, dos profissionais de saúde e de todos os demais envolvidos com o serviço. A manutenção das instalações, máquinas e equipamentos deve ser realizada de forma preditiva, preventiva e corretiva, sendo esta última indesejável, pois ocasiona a interrupção das atividades de modo não planejado.

A adoção de conceitos e medidas de segurança por parte dos serviços de saúde aumenta o seu mérito, a sua qualidade, a satisfação e a preferência do usuário, aprimorando de modo significativo a relação do usuário com a instituição. Desta forma, a redução de erros, danos ou situações de risco e a eliminação das causas de insatisfação, contribuem significativamente para a visão de qualidade tanto pelos usuários quanto pelos profissionais e são requisitos importantes da qualidade do cuidado centrado no usuário.

A gestão de manutenção, como função estratégica das organizações e responsável direta pela disponibilidade dos ativos, tem uma importância vital nos atendimentos das unidades de saúde, reduzindo as interrupções não programadas do fluxo do processo produtivo. Esses atendimentos serão tanto melhores quanto mais eficaz for a Gestão da Manutenção.

Portanto, devido a importância de uma infraestrutura adequada e da garantia da segurança do usuário, a Gestão da Manutenção é mister para alcançar processos de trabalho e atendimentos eficazes, garantir a qualidade na assistência dos serviços de saúde e aspirar a elevada satisfação dos usuários e dos profissionais de saúde.

quarta-feira, 22 de fevereiro de 2017

Governança Clínica


O conceito de governança clínica, também conhecido como gestão da clínica, despontou no final dos anos 90 trazendo novos elementos para a discussão da gestão em saúde, com foco na responsabilidade do sistema pela melhoria da qualidade da atenção à saúde.

A Governança Clínica é constituída por um conjunto de ferramentas que permite integrar os diversos pontos de atenção à saúde para conformar uma rede de atenção à saúde, capaz de prestar a atenção no lugar certo, no tempo certo, com o custo certo e a qualidade certa.

Dentre as dimensões da Governança Clínica estão a educação permanente, a efetividade clínica, a pesquisa e desenvolvimento, a transparência e a gestão de riscos. Estas dimensões são exercidas por meio das seguintes ferramentas: Gestão da Condição de Saúde, Gestão de Casos, Gestão das Listas de Espera, Auditoria Clínica e Diretrizes Clínicas.

A Gestão da Condição de Saúde engloba o desenvolvimento de intervenções gerenciais e educacionais, relativas a determinada patologia, definidas pelas diretrizes clínicas, com o objetivo de melhorar a qualidade da atenção à saúde e a eficiência dos serviços. Com ênfase na promoção da saúde, em ações preventivas e na atenção adequada com intervenção precoce almejando melhores resultados e menores custos.

A Gestão de Casos é um processo que se desenvolve entre os profissionais de saúde e os usuários do serviço de saúde para planejar, monitorar e avaliar opções e serviços, de acordo com as necessidades da pessoa, com o objetivo de propiciar uma atenção de qualidade, personalizada e humanizada, através de uma relação mais próxima com os usuários e identificação daquelas com maior risco.

A Gestão das Listas de Espera é uma ferramenta que normaliza o uso dos serviços em determinados pontos de atenção à saúde, estabelecendo critérios de ordenamento segundo o risco e promovendo a transparência, regulando e racionalizando o acesso.

Através da Auditoria Clínica é possível analisar, de forma sistemática e crítica, a qualidade da atenção à saúde, avaliando diagnóstico e tratamento, uso dos recursos e os resultados para os usuários.

As Diretrizes Clínicas devem orientar as equipes de saúde quanto ao planejamento local, fornecendo indicadores, parâmetros e elementos para a construção de um sistema de informação gerencial, permitindo o monitoramento e avaliação das ações. Os protocolos clínicos e as linhas-guia são instrumentos de orientação para os profissionais de saúde quanto às intervenções clínicas, pautadas nas melhores evidências científicas, como forma de normalização e busca de melhoria do padrão do cuidado em saúde.

Portanto, a Governança Clínica é um conjunto de tecnologias de microgestão que possibilitam a promoção de uma atenção à saúde centrada nos usuários, efetiva, baseada em evidências, segura, oportuna, equitativa e com uso adequado de recursos.

quarta-feira, 15 de fevereiro de 2017

Governança Corporativa


Governança corporativa é o sistema pelo qual as instituições são administradas, monitoradas e incentivadas, envolvendo os relacionamentos entre diversos atores institucionais e as demais partes interessadas.

Dentro das melhores práticas de gestão, os métodos de Governança Corporativa tornaram-se preciosos para avaliar os riscos e o retorno de um investimento. Além disso, estes métodos são sinal de qualidade nos processos administrativos, sobretudo através do incremento da agilidade, da autonomia, da eficiência e da transparência na gestão.

Os métodos de governança corporativa convertem princípios básicos gerais em recomendações objetivas, alinhando interesses dos gestores com a finalidade de preservar e otimizar o valor econômico de longo prazo da instituição, facilitando seu acesso a recursos e contribuindo para a qualidade da gestão, sua longevidade e o bem comum.

A Governança Corporativa cria um conjunto eficiente de mecanismos, tanto de incentivos quanto de monitoramento, a fim de assegurar que o comportamento dos administradores esteja sempre alinhado com o melhor interesse da instituição. Desta forma, contribui para um desenvolvimento econômico sustentável, proporcionando melhorias no desempenho evitando-se assim diversos fracassos institucionais decorrentes de abusos de poder, de erros estratégicos (principalmente por concentração excessiva de poder no executivo principal) e de fraudes (especialmente pelo uso de informação privilegiada em benefício próprio e ações com conflito de interesses).

A definição dos valores institucionais é fundamental para a implementação da cultura de governança corporativa, que é baseada na Responsabilidade Corporativa, na Transparência, na Prestação de Contas, na Equidade e no Conselho Consultivo.

Através da Responsabilidade Corporativa, os gestores devem zelar pela viabilidade e sustentabilidade econômico-financeira das instituições, levando em consideração os diversos capitais: financeiro, manufaturado, intelectual, humano, social, ambiental, reputacional; no curto, médio e longo prazo.

A Transparência consiste em disponibilizar para todas as partes envolvidas todas informações que sejam de seu interesse e não apenas aquelas impostas por disposições de leis ou regulamentos.

Os gestores devem ter como rotina a Prestação de Contas de sua atuação de modo claro, conciso, compreensível e tempestivo, assumindo integralmente as consequências de seus atos e omissões e atuando com diligência e responsabilidade no âmbito dos seus papeis.

Por meio da Equidade, os gestores devem exercer um tratamento justo e isonômico de todas as partes interessadas, levando em consideração seus direitos, deveres, necessidades, interesses e expectativas.

O Conselho Consultivo é o órgão colegiado encarregado do processo decisório e do monitoramento das ações em relação ao planejamento e direcionamento estratégico institucional, exercendo o papel de guardião dos princípios, valores, objeto social e do sistema de governança da instituição.

Por fim, em sua essência, a Governança Corporativa maximiza e assegura a qualidade e confiabilidade dos processos administrativos institucionais, ainda mais por preservar a sustentabilidade da instituição e prevenir revéses.