A cultura de Qualidade em Saúde tem como pilares o
Triple Aim: (1) melhorar a experiência do paciente - qualidade da assistência e
satisfação do cliente (nisto a Disney tem muito a nos ensinar, leia aqui) ; (2) melhorar a saúde da população; e (3) reduzir o
custo per capita dos sistemas de saúde. Recentemente, alguns autores sugerem um
quarto pilar – Envolvimento dos Profissionais, se transformando, então em
Quadruple Aim. Este novo pilar é de fundamental importância, exige uma
sensibilidade e esforço a mais por parte dos gestores de saúde. Esta nova
dimensão implica em que os profissionais de saúde tenham alegria, sentimento de
sucesso e realização em suas ações, além de um processo de trabalho
significativo.
As ações de Qualidade em Saúde devem partir da
identificação da população alvo e da superação de restrições políticas
institucionais. Além disso, surge a necessidade de um profissional, ou grupo de
profissionais, com o papel de integrador não só das ações de atenção à saúde,
mas também destas com os pilares do Triple/Quadruple Aim.
Neste contexto, um conflito muito prevalente, que
deve ser enfrentado e superado, surge entre a autonomia profissional e os
padrões de qualidade estabelecidos pela instituição. A elaboração dos padrões de
qualidade institucionais deve ser realizada através de uma construção coletiva
e participativa, inclusive como forma de ampliar o engajamento de todos os
atores envolvidos no processo.
Organizar e implementar padrões de qualidade
próprios da instituição, baseados nas melhores evidências disponíveis e que
contemplem os vários padrões e requisitos das diversas instituições
acreditadoras, minimiza o viés de se valorizar demasiadamente as ações a serem
tomadas focadas apenas em determinado processo de Acreditação.
Os processos de Acreditação dos serviços de saúde
são relevantes ferramentas para a disseminação da cultura da Qualidade em
Saúde. Contudo, eles devem emergir do sentimento institucional genuíno de
mudança e de melhoria contínua de suas práticas. A partir destes sentimentos, se
tornam propícios a ampliação da visibilidade institucional e os mecanismos de
benchmarking.
Em relação aos custos do processo de Acreditação, estes
são de difícil mensuração. Entretanto, se o objetivo institucional for
incorporar a análise periódica de indicadores e a verificação contínua de padrões de
qualidade como rotina da gestão e prática cotidiana, não apenas como
pré-requisito para a Acreditação, o custo se torna irrelevante perante a
mudança da cultura institucional.
Excelente. A ideia de profissionais integrando as ações e de forma concomitante os pilares é fundamental. A prática de permanente análise de indicadores e dá qualidade não se rstingindo a creditação é também importantíssima.
ResponderExcluirObrigado pelo comentário, Glaucia!
ExcluirEnvolvimento em qualidade dos profissionais executores sem cultura institucional ou obrigatoriedade por algum processo de acreditação , é possivelmente a maior barreira do setor da saúde atualmente.
ResponderExcluirExatamente Sofrus! Obrigado pelo comentário!
ExcluirO foco do profissional de saúde é assistencial. O ideal seria a abordagem institucional a partir da departamentalização, o que parece já ocorrer no mercado. Ao meu ver, a tarefa mais difícil é convergir a técnica das diferentes áreas envolvidas na construção de processo mais eficientes, porque cada um fala uma língua...
ResponderExcluirMas se esta departamentalização ficar muito afastada da área assistencial ocorrerão muitos ruídos na comunicação e na implementação de propostas!
ExcluirSim, concordo! Uma comunicação ineficiente prejudica, e muito, o trabalho!
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