quarta-feira, 11 de janeiro de 2017

Cultura de Qualidade em Saúde



A cultura de Qualidade em Saúde tem como pilares o Triple Aim: (1) melhorar a experiência do paciente - qualidade da assistência e satisfação do cliente (nisto a Disney tem muito a nos ensinar, leia aqui) ; (2) melhorar a saúde da população; e (3) reduzir o custo per capita dos sistemas de saúde. Recentemente, alguns autores sugerem um quarto pilar – Envolvimento dos Profissionais, se transformando, então em Quadruple Aim. Este novo pilar é de fundamental importância, exige uma sensibilidade e esforço a mais por parte dos gestores de saúde. Esta nova dimensão implica em que os profissionais de saúde tenham alegria, sentimento de sucesso e realização em suas ações, além de um processo de trabalho significativo.

As ações de Qualidade em Saúde devem partir da identificação da população alvo e da superação de restrições políticas institucionais. Além disso, surge a necessidade de um profissional, ou grupo de profissionais, com o papel de integrador não só das ações de atenção à saúde, mas também destas com os pilares do Triple/Quadruple Aim.

Neste contexto, um conflito muito prevalente, que deve ser enfrentado e superado, surge entre a autonomia profissional e os padrões de qualidade estabelecidos pela instituição. A elaboração dos padrões de qualidade institucionais deve ser realizada através de uma construção coletiva e participativa, inclusive como forma de ampliar o engajamento de todos os atores envolvidos no processo.

Organizar e implementar padrões de qualidade próprios da instituição, baseados nas melhores evidências disponíveis e que contemplem os vários padrões e requisitos das diversas instituições acreditadoras, minimiza o viés de se valorizar demasiadamente as ações a serem tomadas focadas apenas em determinado processo de Acreditação.

Os processos de Acreditação dos serviços de saúde são relevantes ferramentas para a disseminação da cultura da Qualidade em Saúde. Contudo, eles devem emergir do sentimento institucional genuíno de mudança e de melhoria contínua de suas práticas. A partir destes sentimentos, se tornam propícios a ampliação da visibilidade institucional e os mecanismos de benchmarking.

Em relação aos custos do processo de Acreditação, estes são de difícil mensuração. Entretanto, se o objetivo institucional for incorporar a análise periódica de indicadores e a verificação contínua de padrões de qualidade como rotina da gestão e prática cotidiana, não apenas como pré-requisito para a Acreditação, o custo se torna irrelevante perante a mudança da cultura institucional.

7 comentários:

  1. Excelente. A ideia de profissionais integrando as ações e de forma concomitante os pilares é fundamental. A prática de permanente análise de indicadores e dá qualidade não se rstingindo a creditação é também importantíssima.

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  2. Envolvimento em qualidade dos profissionais executores sem cultura institucional ou obrigatoriedade por algum processo de acreditação , é possivelmente a maior barreira do setor da saúde atualmente.

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  3. O foco do profissional de saúde é assistencial. O ideal seria a abordagem institucional a partir da departamentalização, o que parece já ocorrer no mercado. Ao meu ver, a tarefa mais difícil é convergir a técnica das diferentes áreas envolvidas na construção de processo mais eficientes, porque cada um fala uma língua...

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    1. Mas se esta departamentalização ficar muito afastada da área assistencial ocorrerão muitos ruídos na comunicação e na implementação de propostas!

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    2. Sim, concordo! Uma comunicação ineficiente prejudica, e muito, o trabalho!

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